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Quem somos nós

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Aparecida de Goiânia, GO, Brazil
Somos apaixonados por Capoeira e escolhemos ser discípulos – alunos da Monitora Coruja. Amamos Capoeira, Vivemos Capoeira, Somos Capoeira. Integramos a Associação Grupo Art Brasil Capoeira sob a Direção do C. Mestre Marinheiro nosso Mestre. Pertencemos à linhagem capoeirística do Mestre Sabú. Nosso Fundador, Mestre Urso, foi aluno de Sabú. Somos Capoeiristas, não nos designamos angoleiros, regionaleiros ou contemporâneos. Somos Capoeiras e jogamos o que o Berimbau manda. Buscamos manter o equilibrio Tradição-Inovação, guardamos a memória dos Grandes Mestres e buscamos inovar e aperfeiçoar a prática da Capoeiragem. Trabalhamos com técnica, eficácia, eficiência e estética da Capoeira. O trabalho desenvolvido pela Monitora Coruja vai além do ensino da Arte da Capoeiragem, é antes de tudo, uma Lição de Vida. Somos da família Art Brasil “filhotes de Coruja”. Aqui somos irmãos e amigos, nosso objetivo comum é manter o relacionamento familiar construído desde os primeiros alunos até o último que chegou. Associação de Capoeira Grupo Art Brasil! Salve! Salve!

Venha aprender a Arte da Capoeiragem

Dia e Horários dos treinos:



Terça e Quinta as 17h30 na Associação dos Moradores da Cidade Livre - Aparecida de Goiânia



Sábado as 17h30 e 18h30 e Domingo as 09h30 no Colégio Dom Pedro - Centro de Aparecida de Goiânia



Art Brasil Capoeira - C. Mestre Marinheiro

Todas as sextas-feiras as 19h30 acontece a tradicional Roda de Capoeira do Art Brasil na Associação dos Moradores do Setor Pedro Ludovico (em frente ao Terminal Isidória).



Feliz Aniversário!!!


Martelo 14/10

Frajola 16/10

Ariranha 22/10

Saci 24/10

Aline 21/11

Coringa 05/12

Magali 07/12

Wiliam 08/12

Mara Rúbia 12/12

Rubi 31/12

sábado, 25 de junho de 2011

História da Capoeira

História da Capoeira


Origem


A palavra capoeira é originária do tupi-guarani e refere-se a áreas de mata rasteira do interior do Brasil que, coincidentemente, cercavam as grandes propriedades rurais dos senhores de engenho. Local usado pelos escravos para desenvolver e treinar suas habilidades corporais, de forma segura e longe dos olhares dos feitores, por isso a predominância de movimentos baixos à altura da vegetação. A capoeira-luta surgiu neste contexto como sinônimo de luta por libertação. Aqui, negros de diferentes tribos, algumas eram rivais, se juntavam com um único objetivo: a conquista da liberdade. O corpo era a arma (única) de defesa e ataque. Alguns movimentos foram criados a partir da imitação de alguns animais e das brincadeiras e competições praticadas nas tribos de origem do escravo: cabeçada, esporão, rabo-de-arraia, meia-lua-de-compasso, macaco, pulo do gato, aú, rasteira.
A origem da Capoeira é apresentada através de três vertentes:
Capoeira africana: Alguns estudiosos defendem que a Capoeira seja africana, uma adaptação da Dança da Zebra (N'agolo), ritual de passagem de algumas tribos no sul de Angola, que os escravos trouxeram para o Brasil no auge do tráfico de pessoas na África.
Capoeira brasileira: Existe a linha de pensamento que acredita que ela seja brasileira com elementos indígena criada no Brasil. Essa idéia foi arduamente defendida durante o governo Vargas, numa alusão ao patriotismo e adoção da capoeira como “art marcial” brasileira.
Capoeira afro-brasileira: A tese de maior aceitação é a origem afro-brasileira da capoeira, uma luta criada por africanos aqui no Brasil com a miscigenação de elementos culturais da África e da necessidade de defesa e luta pela liberdade. Afro-brasileira por ter sido criada por africanos em território brasileiro com características genuinamente afro em um contexto totalmente brasileiro: resistência ao sistema escravocrata e às condições desumanas a que os negros eram submetidos.

Proibição:


Alguns escravos fugiam das senzalas e, para não serem capturados, usavam a capoeira para defender-se dos feitores. Diante da extrema habilidade, agilidade corporal e precisão dos movimentos dos fugitivos, que dificultavam ou até tornava impossível a captura, os senhores de engenho proibiram a prática da capoeira.
A proibição, no entanto, não coibiu a Luta. A capoeira tomou forma e aparência de dança. Foram introduzidos elementos da dança afro para disfarçar o caráter de luta na capoeiragem e permitir que os negros continuassem a exercitar o corpo e manter firme o objetivo da liberdade. Instrumentos, cantos e a ginga davam a expressão artística e dançante durante “os treinos” disfarçados de recreação nos terreiros das casas grandes. O berimbau era usado para dar ritmo à ginga e para denunciara chegada do feitor. Música, dança, arte e luta mesclaram-se tornando uma forma de expressão, divertimento e ânsia de liberdade. Cantavam suas histórias, dançavam e exercitavam o corpo para o combate; mais que uma luta, jogo ou dança a capoeira era (é) um jeito de ser e existir.

Marginalização:


Com a libertação dos escravos, o objetivo da capoeiragem tornou-se a sobrevivência em grandes cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife entre outras.
O comércio da cana-de-açúcar cedeu espaço ao cultivo do café e os imigrantes italianos (assalariados) substituíram o trabalho escravo nas fazendas.
Os negros foram “libertos”, mas não havia demanda de mão de obra suficiente para empregar a todos. A mão de obra era maior que a oferta de trabalho e, por isso, barata e insuficiente para o sustento pessoal e familiar.
Muitos passaram a trabalhar como cocheiros, sapateiros, açougueiros e alfaiates. Porém, o dinheiro ganho era insuficiente. Criaram-se as Maltas de Capoeiras, grupos, que atuavam em determinadas regiões da cidade com furtos, assaltos e emboscadas. Também eram contratados como capangas de políticos e da elite, eram usados de acordo com os interesses políticos da época. Por exemplo, durante a monarquia eram contratados para empregar a força e o terror nas campanhas da revolução republicana.
No governo de Deodoro da Fonseca, a capoeira foi inserida no Código Penal de 1890 artigos 400. Os capoeiras passaram a ser perseguidos em uma campanha de extermínio da capoeiragem.
Para sobreviver à repressão, foram incrementadas as acrobacias e todas as artimanhas para, novamente, disfarçar o perigo da luta. Passou a ser a luta de resistência dos marginalizados, pobres e não somente dos negros.

Aceitação e Oficialização da Capoeira


Na década de 30, pela necessidade de aceitação popular do Governo Vargas, o Presidente Getúlio libera uma série de manifestações populares, entre elas, a capoeira, tornando-a legalmente aceita e considerada “art marcial” brasileira. Podia ser praticada livremente em festas populares e apresentações artísticas e, por algumas pessoas, como luta de defesa pessoal ou esporte.
A retirada da capoeira do Código penal ocorreu somente em 1940.

Capoeira Angola

Considerada Capoeira – Mãe é a que mais se aproxima da Capoeira jogada pelos escravos. Caracterizada por ginga baixa, jogo na defensiva, movimentos baixos, lentos e precisos com objetivo de atingir a cabeça do adversário ou desequilibrá-lo ocasionando a queda. Ausência do contato direto entre os jogadores.
A música é cadenciada e a bateria é formada por oito instrumentos: berimbau gunga (cabaça maior e som grave), médio (cabaça média e som intermediário) e o viola (cabaça pequena e som agudo), atabaque, dois pandeiros, agogô e reco-reco.
O termo Capoeira Angola surgiu com Mestre Pastinha, devido a criação da Capoeira Regional de Bimba, com o objetivo único de diferenciação da forma de praticar a capoeira.
Na Angola há uma resistência na introdução de movimentos de outras lutas preservando os movimentos básicos da capoeira tradicional e o aperfeiçoamento destes. Possui maior ênfase no jogo, na brincadeira, na dança “e a busca pela ancestralidade, possuindo em regra movimentos mais lentos, rasteiros e lúdicos.”
Os toques de angola são: Angola, São Bento Pequeno de Angola, São Bento Grande de Angola e Santa Maria de Angola (panha laranja no chão tico-tico). Os cantos são classificados como Ladainha (uma história cantada) normalmente para iniciar a Roda, Corridos (frases cantadas aleatoriamente de acordo com a situação na Roda ou determinado assunto) e Quadras (estrofes com quatro versos).
Normalmente os angoleiros usam trajes sociais ou calça social com camisetas para jogar.
A Roda é formada pela Bateria e pelos jogadores. Os jogadores iniciam o jogo saindo aleatoriamente de dois em dois do pé do berimbau, não há compra de jogo (situação em que o capoeirista interrompe um jogo para jogar com um dos jogadores que estão jogando).
Principais movimentos: cabeçada, rasteira, rabo de arraia, chapa de frente, chapa de costas, meia-lua e cutilada de mão. Destes movimentos surgem infinitas variações, entradas e modos de conjugação. Existem também as chamadas de angola.
Não há classificação de cordas e graduação, existe apenas o Mestre e capoeiras antigos e iniciantes.
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembro de 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história. É considerado a maior referência da Capoeira Angola.
Aprendeu a arte da capoeiragem com o africano Benedito. Trechos e depoimentos da história do Mestre:
"Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza."
"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."
"Tudo o que eu penso da Capoeira, um dia escrevi naquele quadro que está na porta da Academia. Em cima, só estas três palavras: Angola, capoeira, mãe. E embaixo, o pensamento:

"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."

Capoeira Regional

Criada por Mestre Bimba em 1932 com o marco inicial a inauguração do de Cultura Física e Luta Regional com alvará da secretaria da Educação, Saúde e Assistência de Salvador.
Caracterizada pela introdução de movimentos de outras lutas, jogo alto, rápido e explosivo, competitivo, com ênfase no ataque, ginga alta e menos dançada (exceto no jogo de benguela). O alvo é a cabeça do outro e o objetivo é a queda do adversário. Contato direto entre os jogadores através de alguns movimentos como a seqüência de balões.
Os toques da Regional são: Banguela (ou Benguela), São Bento Grande de Regional, Cavalaria, Santa Maria de Regional, Iúna, Amazonas e Idalina. Os cantos têm a mesma classificação: Ladainha (uma história cantada) normalmente para iniciar a Roda, Corridos (frases cantadas aleatoriamente de acordo com a situação na Roda ou determinado assunto) e Quadras (estrofes com quatro versos).
Os trajes são abadás, camisetas e a corda na cintura (de acordo com a graduação). As formas de graduação variam conforme o Grupo de Capoeira, sendo iniciado com o Batizado e depois segue uma seqüência de Cordas até o aluno se tornar Mestre.
A Roda é composta pela bateria: três berimbaus (gunga, médio e o viola), um atabaque e um pandeiro, podendo haver uma variação da bateria contendo apenas um berimbau e dois pandeiros, e pelos jogadores. Quem inicia o jogo normalmente são os capoeiras com a maior graduação presente na Roda saindo do pé do berimbau. Na regional há compra de jogo, onde o jogador agacha ao pé do berimbau e pede autorização para jogar com alguém que já está jogando.
Alguns dos movimentos básicos da capoeira regional: meia-lua de frente, meia-lua de compasso, armada, queixada, martelo alto e martelo baixo, bênção, esporão e gancho. O aú é o floreio básico, utilizado para entrar na roda.
Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de Novembro de 1900 - Goiânia, 05 de Fevereiro de 1974) foi criador da Luta Regional Baiana, mais tarde chamada de capoeira regional.
Bimba misturou elementos da capoeira tradicional com o batuque e acrescentou movimentos de lutas asiáticas tornando-a prática e ágil. Foi um grande lutador e educador. Morou em Goiânia no final da sua vida e morreu no Hospital das Clínicas, seu corpo foi trasladado para a Bahia sua terra natal.
Dentre os princípios que defendia na vida de um bom capoeira era:
- Não beber, e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência do capoeira.
- Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.
- Praticar os fundamentos todos os dias.
- Não dispersar durante as aulas.
- Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.
- Sempre ter boas notas na escola.

Mestre Sabú- patrono da Capoeira em Goiás

A introdução da capoeiragem no Goiás ocorreu na década de 60 através do trabalho sócio-educativo do Mestre Sabú. Um trabalho inicial de dedicação a crianças e jovens carentes desenvolvido na “primeira escola de capoeira de Goiás. Mato Grosso e Distrito Federal denominada Terreiro de Capoeira Angola do Mestre Sabú, reconhecida como de utilidade pública pela Lei Municipal No. 4904/74.” Os principais Mestres de Capoeira de Goiânia hoje foram formados por Sabú.
“Manoel Pio de Sales, o Mestre Sabú, natural de Goiás velho, Criador e mantenedor da Capoeira Angola do Tronco de Valdemar Santana, e Mestre Caiçara que foi o homem que o formou Mestre de Capoeira Angola, implantou a Capoeira de Caiçara no Centro Oeste do Brasil e Distrito Federal.”

Conclusão


Da senzala para o mundo. A luta que nasceu do desejo de liberdade, hoje ganhou espaço no mundo inteiro. Patrimônio cultural brasileiro é praticada, ensinada e apreciada em diferentes países.
Com elemento da ginástica olímpica (saltos e acrobacias) é apreciada em apresentações e grandes eventos devido a flexibilidade, agilidade e habilidade dos praticantes.
Mesmo presente em grandes eventos, e introduzida nos setores mais altos da sociedade, não deixou de ser jogo de rua, praticado em feiras, praças e locais públicos e desenvolvido principalmente em serviços sociais, permanecendo, em essência uma Luta-Jogo-Dança da cultura popular brasileira; uma forma de expressão da massa. Em suas músicas canta-se a história do Brasil através dos olhos dos marginalizados pela história oficial: escravos, pobres, trabalhadores etc. É a voz que não foi escrita nos livros didáticos de história.
Capoeira um jeito de ser, existir e atuar no mundo; luta pela liberdade não importa o tempo e o espaço em que é praticada.

Fontes Bibliográficas:

Areias, Anande das – 1998; O que é Capoeira 4° Edição, Editora da Tribo ISBN 85-85731-15-X

Reis, Letícia Vidor de Sousa – 2000; O mundo de pernas para o ar. A capoeira no Brasil 2° Edição,
Editora Publisher Brasil ISBN 85-85938-12-9

Perfil do Mestre Sabú: http://www.blogger.com/profile/059443405481527...

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